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Agosto/2023

Eternidade aqui e agora

A exposição "Eternidade aqui e agora", realizada no mês de agosto de 2023 em São José do Rio Preto, honrou a profundidade do feminino e celebrou sua força. As obras convidaram à reflexão sobre a valorização das mulheres em sua diversidade, ressaltando o poder de suas vozes e gestos. Como bem escreveu Claudia Lebie, "o feminino é lento, silencioso e profundo".

 

A mostra individual teve curadoria de Allan Yzumizawa e trouxe trabalhos que convidaram o espectador a refletir sobre a temporalidade no mundo contemporâneo, a partir de imagens produzidas em aquarela e monotipias, inspiradas nas atividades das lavadeiras, por meio da perspectiva do ritual como prática destes fazeres.

 

Para o crítico e curador de arte, Paulo Gallina, o trabalho plástico de Denise Homsi especula sobre a presença de ciclos e o esforço envolvido no cotidiano. “Isso acontece ao destacar atividades comuns como rituais diários, ao ressignificar o trabalho como produtor de valor humano, em oposição a certo entendimento desta atividade humana como elemento produtor de valor financeiro. É na repetição das atividades diárias que Denise medita sobre as várias ferramentas de sociabilidade humanas se ampliam fundando sujeitos”, explica.

 

Segundo Nancy Betts, professora e curadora, a produção de Denise Homsi que será apresentada nesta exposição, tem a ver com mutações no tempo. “A série das lavadeiras evoca pequenas narrativas – reencenações de um ritual. No ritual há uma repetição de gestos, ações e objetos que preservam uma tradição. O olhar de Denise sobre o tema provoca um encantamento e uma nostalgia. Uma admiração por um fazer que também é um ritual: vagaroso, intimo, solitário. Nostalgia porque suas personagens são quase seres fantasmas que habitam lugares indeterminados. A monotipia, a aquarela e a aguada são meios que propiciam a imprecisão, a mancha e o acaso. Há uma economia de traços que são traduzidos em silêncio”, ressalta.

 

Para o curador Allan Yzumizawa, a exposição “Eternidade aqui e agora” instiga “a repensar nossa relação com o tempo, o trabalho e as práticas culturais, buscando uma maior valorização da diversidade de expressões artísticas, reconhecendo a força e a importância das mulheres na construção de uma sociedade mais igualitária”.

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