2022
Monumento à efemeridade impermanência
Exposição do Grupo de Acompanhamento de Poéticas Visuais
Curadoria: Paulo Gallina
Caetano canta: “Todo mundo sabe que nossas cidades foram feitas para serem ruínas” (1).
Já faz muito tempo que a humanidade procura por algo que dure. Apesar do mundo ser impermanente, apesar de todo o mundo que respira, respirou ou respirará abaixo dos céus [abaixo deste céu] está girando à aproximadamente 5.400 km/h (cinco mil e quinhentos quilômetros por hora) ao redor do eixo da terra.
Já faz muito tempo que a humanidade procura algo que seja imutável, algo que – ainda que em vão – resista ao tempo e nos unifique coletivamente como seres humanos. Uma força superior e abstrata que nos iguala como seres presos a construtores da condição humana desde a aurora dos tempos.
E, Caetano nos lembra [só deus sabe quanto tempo depois da primeira alvorada vista pelos homens]: tudo é impermanência. Nada dura e a tenra juventude sempre caminha para a dureza – que deve também ser gentil – da velhice.
Esta exposição não busca nada de duradouro. Ela promove uma experiência e depois desaparece. Resistindo apenas na memória (2). Resistindo entre o esforço para lembrar e a vontade de esquecer, estas paisagens falam da delicadeza que se pode perder por conta da dureza da vida; estes retratos falam do quanto se pode sonhar independente do que se têm à mão. E assim, neste argumento singelo, encerramos nossa premissa e, ansiosos esperamos sua resposta.
1. Estou parafraseando.
2. Que, em certa medida, nada mais é do que uma ficção autobiográfica carregada na mente mortal.
Artistas participantes
Agnes Kilzer
Alexandra Ungern
Cris Canepa
Denise Homs
Dolly Michailovska
Erica Iassuda
Luciana Boaventura
Olavo Tenório
Rosa Grizzo
Rosana Spagnuolo
Tuca Chicalé Galvan
Vitoria Kachar
Abertura: 12/03 das 14h às 20h.
Período expositivo: 15/03 à 02/04
Terça a sábado das 14h às 18h
Rua Califórnia, 706 - Brooklin - São Paulo