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2022

Habitar

A série “Habitar”, feita com a técnica de monotipia sobre papel de arroz japonês, reflete sobre o tempo. Mas não o tempo como conhecemos hoje, e sim o tempo apropriado, que vem se perdendo à medida que as coisas se tornam imediatas e simultâneas.

 

Junto com esse esvaziamento do tempo apropriado, também vão os rituais, tão necessários para as passagens essenciais da vida, responsáveis por nos permitir a conclusão de algo. Isso ocorre porque a ausência do tempo apropriado embaralha as fases da vida, levando-nos a erroneamente concluir que a juventude ou velhice estão ligadas à cronologia, ao passar dos ponteiros do relógio.

 

Para representar essas passagens de tempo, utilizei a figura da borboleta, que é a representação imagética da transformação. Assim, as peças nos levam a refletir sobre a ausência de rituais de conclusão, que nos mantêm estáticos, causando a mesma inércia no tempo, uma vez que tempo e transformação caminham lado a lado, de forma interdependente.

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